Wednesday 20 May 2009

Em Cannes

foi apresentado o novo filme do sueco Lars Von Trier que, se não ganhou o consentimento da crítica como na sua época entre o Europa e o Dancer in the Dark, pelo menos promoveu uma discussão acessa entre os jornalistas presentes da Croisette. O Le Film Français diz que este O Anticristo prova que Von Trier é 'merde', o Roger Ebert não consegue parar de pensar nele e o João Lopes chama-o de um 'prodigioso objecto de cinema'.
Independente às diferentes opiniões parecem estar os jornalistas designados para a conferência de imprensa que saíram tão indignados com o Von Trier pessoa como pareciam estar com o Von Trier artista depois do filme. Quando salta a pergunta sobre o significado do filme e todos os porquês, o realizador responde ao auto-denominar-se de melhor realizador de sempre. Ora resposta mais que válida para uma cambada de profissionais da indústria que ainda não perceberam que um realizador não merece ser abordado com o significado da sua obra para gáudio deste circo. Ainda por cima na meca do auteur glamorizado, é como cuspir no prato que lhe for oferecido e depois interrogar o cozinheiro pelo uso excessivo de açafrão.
Se a crítica chegou a este ponto, que glorifica violência pelo carácter extra-sensorial como se fosse novidade, que renega por recusar ser confrontada com a brutalidade humana como se fosse só um passo para o 'schock-value', ou que tem preguiça de analisar uma obra com um fio narrativo específico, então porque ainda existe?
Ebert, Lopes e o analista do Le Film Français pelo menos apresentam duas versões opostas do expectro que merecem devido reconhecimento. O resto nem pensamento crítico, nem pensamento analítico. Só eteceteras.
Fica o trailer do que nos espera


Fico com vontade de entrar na discussão

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